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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Técnica do Cinzelado

 - Durante a operação de cinzelado tem uma grande importância o modo de segurar corretamente as ferramentas. O martelo é seguro pelo cabo, de tal forma que a mão se encontre a uma distância de 15 a 30 mm do extremo deste. O cabo é seguro com os quatro dedos e aperta-se na palma da mão, e o dedo polegar põe-se sobre o dedo indicado, apertando-se todos os dedos fortemente.
 - O cinzel é seguro com a mão esquerda a uma distância da cabeça de 20-25 mm. A mão esquerda deve segurar somente, o cinzel na posição determinada, sem grande esforço; não deve apertar-se fortemente o cinzel na mão. O cinzel deve manter-se com inclinação, com um ângulo de 30º a 35º em relação a superfície da peça, e o fio deve ajustar-se na linha da camada de metal traçada para seu corte. Se o ângulo de inclinação é menor do que o mencionado, o cinzel deslizará e não cortará o metal, e, se esse ângulo é maior, mais penetrará no metal, ocasionando grande desigualdades.
 - A posição do corpo deve ser firme, sem este  ficar encurvado; e meio de lado da respectiva morsa. Ao cinzelar, deve olhar-se para a parte cortante do cinzel e não na cabeça deste, como fazem frequentemente os ajustadores  inexperientes; observando que o cinzel corte exatamente pela linha traçada. Os golpes devem aplicar-se no centro da cabeça do cinzel com segurança e precisão. 
 - A força do golpe do martelo sobre o cinzel depende do peso deste, bem como do movimento de alçamento e da velocidade de movimento da mão. O martelo pesado aumenta a força do golpe sobre o cinzel, porém, ao mesmo tempo, cansa o operador. É por isso que o martelo é escolhido de acordo com a força física do operador. O peso do martelo para os aprendizes de 16 a 17 anos é de 500 gramas, e para o operador maior, de 600 a 800 gramas.
 - Enquanto o aprendiz não adquirir a destreza suficiente, procurará dar golpes fortes, por temer errar, não acertando na cabeça do cinzel (sobretudo depois de ter martelado os dedos algumas vezes), e, por isso, este não deve acentar mais de 40 golpes por minuto. Deve-se trabalhar devagar, procurando adquirir a suficiente precisão ao dar os golpes e, depois, gradualmente, acelerar os ritmos, chegando ao número de golpes de até 60 por minuto.
 - Exerce influência essencial sobre a qualidade e a produtividade o caráter do alçamento do martelo, que pode ser de pulso, de cotovelo ou de ombro. No alçamento de pulso, os golpes se acentam com a força do movimento do pulso e da mão. No alçamento de cotovelo, acentam-se com a força do movimento do cotovelo, e no alçamento do braço, com a força da qual participam o pulso, o cotovelo e o ombro. Este golpe é o mais forte.
 - No golpe de braço, o cotovelo da mão direita não só se dobra, ao alçar a mão, mas levanta-se de tal maneira que o pulso alcança o nível da orelha. Ao finalizar o alçamento do braço, afrouxam-se os dedos e o golpe se acenta em direção ao pulso à custa de esforços musculares, que conduzem a um rápido cansaço, mas aproveitando o resultado da caída do martelo, que recebeu um movimento impetuoso. No momento do choque, o cabo do martelo deve ser segurado firmemente com os dedos. O martelo que não é seguro  firmemente, ao acertar o golpe, pode deslizar de lado.
 - Sobre a produtividade do cinzelado, exerce influência também a espessura da camada que se corta em uma só passada. A profundidade ou a espessura da camada depende da força do operado, peso do martelo e dureza do metal que se trabalha.
 - Com o intuito de elevar a produtividade do cinzelado e eliminar as possibilidades de fazer trabalhos sem aproveito, é necessário cumprir o seguinte:
  1. Cinzelar a camada de metal com os dois procedimentos: primeiro o desbaste (cinzelado de desbaste) de 1,5 a 2 mm, e, depois o de acabamento, de 0,5 a 1 mm de espessura.
  2. Ao cinzelar uma superfície larga , deve-se primeiro cinzelar os canais com o bedame e depois cinzelar o metal entre os canais com a talhadeira.
  3. Ao cinzelar metais frágeis ( por exemplo, moldes de fundição, bronze), deve-se a possibilidade de que se desgarrem as bordas da peça. Para isso recomenda-se, antes de cinzelar, fazer por todos os lados, na peça, chanfros que não alcancem a borda de 4 a 5 mm. 
  4. Ao cinzelar metais dúcteis  (cobre, aço), o fio do cinzel deve ser limpo de vez em quando com um trapo embebido em óleo de máquina, ou refrigerar-se com água de sabão. Os metais frágeis devem cinzelar-se sem lubrificação.
  5. Antes de terminar o cinzelado, deve rebaixar-se a força do golpe.
 - No cinzelado do metal ao nível dos mordentes da morsa de bancada, o material é fixo fortemente na morsa, de tal maneira que a borda que se desbasta fique situada paralelamente aos mordentes da morsa e por cima destes. A talhadeira é colocada baixo, em  um ângulo de 25º a 30º em relação aos mordentes da morsa. Depois de haver cortado a primeira camada por cima dos mordentes em 1,5 ou 2 mm, e efetua-se o desbastado da camada seguinte. Essa operação repete-se até que se desbaste toda a camada necessária.
 - Cinzelar por riscos do traçado é a operação mais difícil. Na peça bruta, traçam-se previamente os riscos em um dos extremos, e na parte oposta a este extremo faz-se um chanfro de 45º, que facilita a colocação da talhadeira e evita a ruptura ao desbastar metais frágeis. A peça bruta fica na morsa de bancada de tal maneira que os riscos sejam visíveis. O desbastado efetua-se em várias etapas: o primeiro golpe que se acenta é na horizontal e o desbastado sucessivo efetua-se colocando a talhadeira na inclinação de 30º. A espessura da camada que se corta dessa maneira é de 1 a 1,5 mm; a ultima camada que se corta é de 0,5 mm.

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