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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Maçaricos


Nenhuma ferramenta é tão interessante de se ver quanto um maçarico a gás. A chuva de faíscas que cai do aparelho é hipnotizante. Mas, apesar do espetáculo, não chegue muito perto - as faíscas são, na verdade, pequenas partes de metal derretido projetadas durante o corte e a soldagem. 
Um maçarico produz uma chama muito quente que serve para moldar e cortar metais com a ajuda de gases altamente combustíveis, portanto, é uma ferramenta bastante perigosa. Pressões erradas, mau uso do equipamento, faíscas excessivas e oficinas desorganizadas podem provocar incêndios, ou até mesmo explosões fatais. 
A invenção do maçarico, no fim do século 19, revolucionando o processo de soldagem. As primeiras evidências do uso da soldagem, ou da técnica de unir peças de metal aplicando calor, datam de mais ou menos 3.000 anos atrás. Na Idade Média, o processo já estava bastante desenvolvido e a serralheria era comum. O maçarico facilitou o corte e a soldagem de metais, pois concentra a alta temperatura em um pequeno ponto.


Os maçaricos podem usar diferentes gases dependendo do tipo de trabalho a ser feito. Os maçaricos a gás profissionais usam o acetileno ou o gás MAPP misturados ao oxigênio, enquanto maçaricos menores, para uso doméstico, normalmente usam butano ou propano.
Embora altamente eficaz, o acetileno (C2H2) é um gás combustível volátil. Sua volatilidade se deve à ligação tripla entre os átomos de carbono. Esse tipo de ligação pode reter uma quantidade considerável de energia liberada quando o gás é inflamado. Entretanto, a natureza instável da ligação faz com ele exploda facilmente, a menos que seja mantido na pressão certa (entre 10 e 20 bar). Até mesmo solavancos repentinos e pequenos choques podem causar uma explosão. Dissolver o acetileno em acetona ajuda a mantê-lo mais estável, mas, mesmo assim, ele continua sendo perigoso e precisa ser armazenado corretamente; isto é, verticalmente, senão a lata de acetona pode entrar em contato com as demais peças, como reguladores, mangueiras e bicos, e danificá-las.
Comparado ao acetileno, o gás MAPP, composto de metilacetileno e propadieno, é muito menos perigoso. Ao contrário do acetileno, o gás MAPP não explode no caso de solavancos ou batidas. Além disso, ele suporta pressões mais altas, tornando-se propício para trabalhos subaquáticos, como consertos de navios. Embora as chamas do gás MAPP não sejam tão quentes quanto as do acetileno, alguns dizem que ele é tão ou mais eficaz que o acetileno, quando utilizado na soldagem [fonte: Fundamentals of Professional Welding].
Como o oxigênio é necessário para manter qualquer chama, ele é fundamental no uso de qualquer maçarico. Mas, se o gás está presente no ar, por que é necessário um cilindro de oxigênio comprimido? Porque sem ele, nem o acetileno nem o gás MAPP queimariam a temperaturas tão altas. O oxigênio age como um acelerador, ou seja, ele ajuda o combustível a queimar a temperaturas mais altas.
Os aparelhos de solda normalmente usam oxigênio e acetileno (daí o nome "solda de oxiacetileno") porque juntos, eles produzem chamas que variam de 2760 a 3316ºC. A combinação de oxiacetileno produz chamas mais quentes do que qualquer outra combinação de gases. Se você adicionar oxigênio puro à chama, o desempenho do acetileno aumenta em mais de 538ºC e o do gás MAPP em mais de 816ºC [fonte: Bernzomatic (em inglês)].

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